Como eu faço para tratar meus vasinhos?

Se você tem aqueles vasinhos feios nas pernas e está se sentindo triste por isso, fique tranquila. Primeiro porque na maioria das vezes não é difícil de resolver e você não é a única com esse problema. Segundo o maior e mais longo estudo populacional sobre doenças venosas, realizado pela Universidade de Edimburgo e o Ministério da Saúde da Escócia, 80% das mulheres têm a forma mais leve de telangiectasias (nome científico dos vasinhos inestéticos) e outras 8% têm formas mais severas. Ou seja, 88% das mulheres têm as tais “telangiectasias dos membros inferiores”. 

E não para por aí, os homens têm um pouco menos, mas também sofrem com esse problema.

É verdade que a maioria das pessoas se queixam apenas da aparência ruim que essas pequenas veias causam, não chegando a sentir nenhuma forma de dor. Às vezes, algumas reclamam de dor, peso e queimação nas pernas, especialmente no período menstrual, quando ficam muito tempo em pé ou em dias mais quentes.

O fato é que elas são realmente feias e quem tem, está insatisfeito. No Brasil, país quente, com extensa costa litorânea, praias, rios, piscinas e uma população feminina vaidosa, que se cuida bastante, a procura por tratamento é grande. 

Sem dúvida, somos o país com maior “expertise” no tratamento de telangiectasias dos membros inferiores e de outras partes do corpo (rosto, tórax, costas, nádegas). Poucos países têm tantos e tão experientes profissionais dedicados à essa patologia. É frequente recebermos pacientes de fora do Brasil para tratar vasinhos, assim como acontece com outros tratamentos estéticos dermatológicos e de cirurgia plástica.

Em relação ao tratamento, a forma mais usada por nós médicos é a escleroterapia, ou “aplicação”. Mas esse é um nome geral, que usamos para diferentes formas e tecnologias modernas de “aplicação de medicamentos”.

Explicando mais detalhadamente, existem a escleroterapia química, que pode ser feita com diferentes medicamentos; a escleroterapia crio assistida, quando se usa alguma fonte de resfriamento da pele; a escleroterapia com espuma, quando se injeta uma substância densa mais aderente à parede do vaso; a escleroterapia “assistida”ou associada a um laser; a crioescleroterapia, quando se injeta um medicamento a -40C e ainda as duas formas mais elaboradas:

– Escleroterapia assistida pelo laser e o resfriamento da pele (Clacs)

– Crioescleroterapia assistida pelo resfriamento da pele (DCAescleroterapia).

Cada uma delas é indicada para situações específicas. É claro que na hora de tratar nós te ajudamos a definir qual método é o ideal para seu caso.

Antes e Depois de 2 sessões de DCA escleroterapia

Se você sofre com telangiectasias e gostaria de se livrar delas, lembre-se de que, independentemente do método indicado para seu caso, a escleroterapia não é um tratamento doloroso. As pessoas toleram muito bem. Por isso, trate precocemente, não deixe que as veias se multipliquem demais. Com certeza será mais difícil, mais caro, mais demorado para tratar e os resultados não serão tão bonitos.

Se você tem muitos vasinhos, são mais grossos, azulados, mais profundos, serão necessárias várias sessões e eventualmente mais de um tipo de escleroterapia.

É importante lembrar que os vasinhos são diferentes das varizesVasinhos quase todo mundo tem, mas varizes não. A incidência é bem menor. Varizes precisam ser removidas com outros métodos. A tecnologia também nos ajuda bastante nessa situação, mas esse é um assunto que fica para depois.

No dia que for ao consultório para tratar suas telangiectasias lembre-se das seguintes orientações:

  • Não é necessário nenhum preparo ou jejum;
  • Prefira vestir calças confortáveis, mais largas ou vestido um pouco mais longo;
  • No dia e no anterior, não use hidratante ou cremes com óleos nas pernas;
  • Ao sair você terá vários pequenos curativos nas pernas que permanecerão por 2 horas;
  • Não será necessário nenhum cuidado posterior.

Gravidade, intensidade das telangiectasias:

Série 1 – telangiectasias nível I

Série 2 – telangiectasias nível II

Série 3 – telangiectasias nível III

Outros achados do Estudo de Edinburg: 

  • 51% dos portadores de telangiectasias nível II e III não apresentavam varizes tronculares;
  • 1% dos portadores de varizes graus II e III não apresentavam telangiectasias;
  • A maior frequência de sintomas foi encontrada na população com varizes e telangiectasias graus II e III;
  • Regiões mais afetadas – face lateral externa da coxa; região posterior do joelho; terço superior da perna.

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